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Preenchimento de vagina: procedimento não-cirúrgico pode causar riscos

Entre os procedimentos estéticos não cirúrgicos, o preenchimento de vagina repercutiu nas redes sociais. Mas o que isso significa? Além de reforçar o machismo, a técnica pode causar riscos à mulher. Veja!

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Preenchimento de vagina: os riscos do procedimento estético

Você já ouviu falar sobre preenchimento de vagina? Nos últimos meses, o procedimento estético ganhou bastante repercussão nas redes sociais. Isso porque é feito com ácido hialurônico na região íntima, com o propósito de aumentar o prazer sexual dos homens.

No entanto, especialistas não recomendam o uso de substâncias no ponto H, dentro do canal vaginal. Seus efeitos são podem levar riscos à saúde sexual das mulheres. De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), ele é “antiético”, “imprudente” e “enganoso”. Entenda os riscos do preenchimento de vagina.

O que é o preenchimento no ponto H?

Mas o que é o preenchimento do ponto H? Trata-se da aplicação do ácido hialurônico dentro da cavidade vaginal. Feito na parte interna, ele é localizado no oposto de onde é indicado o “ponto G”.

O ácido hialurônico ganha a função na pele de fazer sustentação, preenchimento e hidratação. Neste caso, a aplicação do produto supostamente criaria um relevo na parede vaginal. Com isso, aumentaria o atrito com o pênis, supostamente oferecendo mais prazer sexual dos homens.

Especialistas afirmam que preenchimento de vagina é inadequado

De acordo com a médica ginecologista Gabriela Pravatta Rezende, o preenchimento de vagina não traz nenhum benefício. Além disso, pode acarretar outros problemas à saúde da mulher, não indicando a prática.

“É uma coisa experimental e ninguém sabe quais os efeitos a longo prazo. Até criar esse relevo, às vezes, a paciente vai precisar de mais de uma aplicação. Não sabemos se isso pode trazer algum malefício para a mulher, se isso pode estimular lesões na vulva feminina ou aumentar as chances de infecções, corrimento e deformidades”, explicou ao portal “G1”.

Preenchimento de vagina para prazer do homem é considerado machista

Além desses alertas, vale ressaltar que este tipo de procedimento que mexe com o corpo de uma mulher e visa o prazer masculino reforça ainda mais o machismo. No caso do preenchimento de vagina, fica bem claro o quanto o prazer feminino não é prioridade.

“Esses procedimentos, que visam principalmente a sexualidade masculina, acabam sendo, de certa maneira, um retrocesso (…) Temos que ver o contexto como um todo, porque isso pode estar relacionado com a pressão estética criada pela indústria pornográfica, a própria cultura e o machismo estrutural”, explicou a ginecologista.

“A sexualidade é algo muito mais complexo do que parece. Prazer tem muito mais a ver com a saúde e intimidade do relacionamento, alimentação, bem-estar, sono, a mulher se sentir bem com ela mesma do que com um local específico da vagina. Para ter prazer a vagina não precisa ser apertada ou flácida. Isso não é uma regra, nem para as mulheres e nem para os homens”, completou.

Foto de capa: Unsplash

Redação Corpo Livre

Somos uma equipe de profissionais e colaboradores empenhados em transformar através da informação e da diversidade. Enquanto veículo, queremos construir uma nova forma de dialogar na internet sobre Corpo Livre!

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