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Explante de silicone não é modinha, é necessidade

Tendência? Modinha? Não, o explante de silicone é uma necessidade! Saiba mais na coluna de Larissa de Almeida.

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Explante de silicone não é modinha

É bem provável que você já tenha visto ou lido alguma notícia sobre mulheres que retiraram suas próteses mamárias de silicone, segurando-as nas mãos, mostrando suas cicatrizes com orgulho. Mas, talvez, o que você não saiba é que, por trás de cada rosto e cada explante de silicone, há uma história bem comum. 

Grande parte das pacientes que realizam este procedimento são mulheres que, no passado, contribuíram para que o Brasil tomasse a liderança mundial no ranking de procedimentos cirúrgicos. De acordo com dados recentes da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), a cirurgia mais realizada é a mamoplastia de aumento, representando 14,1% do total, abaixo apenas da lipo, com 15,5%.

Chamamos de explante, termo traduzido do inglês “explant”, a cirurgia em que é realizada a remoção de próteses estéticas. Os dados referentes ao explante de silicone no mundo mostram que houve um aumento de 49,7% na realização desta cirurgia. Isso em um comparativo entre os anos de 2019 e 2015, totalizando 229.680 cirurgias.

Esses dados confirmam o aumento da realização dessa cirurgia em âmbito mundial. No entanto, não temos os dados brasileiros. Isso porque a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) nunca disponibilizou dados referentes à quantidade de explantes realizados. O que não significa que ele não acontece, apenas que é claramente ocultado. Bem significativa essa sombra que paira sobre os números num país recordista mundial em venda de próteses.

Vale lembrar que explantar não é novidade, próteses sempre foram retiradas. Mas observamos que a busca tem sido muito maior por conta de uma conscientização acerca dos sintomas e doenças provocados pelo silicone no organismo. Indo na contramão da maior cirurgia plástica realizada no mundo, milhares de mulheres têm buscado por mais informações. Além disso, elas também encontram nas redes sociais inúmeros relatos indicando melhora da qualidade de vida após essa cirurgia. 

A principal motivação para a remoção de próteses se dá por apresentarem uma constelação de sintomas relacionados ao silicone. Esses sintomas vão desde dores articulares até fadiga crônica, olhos secos, queda de cabelo, alergia de pele/alimentar, perda de memória, tonturas, dentre muitos outros. Todos eles devidamente reconhecidos pela FDA (uma espécie de Anvisa americana) como Doença do Silicone.

Além disso, há também casos de desenvolvimento de doenças autoimunes, Síndrome Asia e até mesmo vários tipos de cânceres linfáticos, sendo o Linfoma Anaplásico de Grandes Células o mais conhecido. Assim, com o explante, essas doenças têm seus sintomas reduzidos e, em muitos casos, existe a cura ou remissão. 

Enfim, buscamos o explante porque o silicone nos adoece! Ainda é pequena a quantidade de mulheres que retiram o silicone por desejar um retorno às formas naturais ou por prevenção. Às vezes, é medo mesmo de desenvolverem sintomas e preferem não esperar o organismo reagir negativamente às próteses. Por mais que a mídia e vários cirurgiões façam referência a este tipo de cirurgia como modinha ou uma tendência de retorno ao natural, não é isso que encontramos ao conhecer de perto cada história.

Não é moda ter que gastar quase 3 vezes o valor de uma cirurgia de implante. Ou adoecer por conta de uma prótese sem saber que isso era possível de acontecer, afinal, os médicos sequer nos informam de tais consequências quando buscamos o aumento artificial nas mamas. Passar três horas numa mesa de cirurgia, parar a vida por um mês, carregar mais cicatrizes e sequelas de um explante. Adoecer não foi uma escolha, foi uma consequência.

Então, antes de julgar uma mulher que está buscando ou que escolheu retirar suas próteses, saiba que ela pagou um preço bem alto para lidar com as sequelas e os sintomas. Explantar não é modinha, é uma necessidade, uma busca por uma melhor qualidade de vida! 

Foto de capa: Unsplash

Larissa de Almeida

Sou professora, criadora do perfil informativo @explantedesilicone no Instagram e estou presidente da ACEITA. Depois de ter tirado o silicone a minha vida mudou, por isso hoje levo o alerta e a conscientização para que as mulheres sempre acreditem em si e percebam o quanto juntas somos mais fortes.

Sou professora, criadora do perfil informativo @explantedesilicone no Instagram e estou presidente da ACEITA. Depois de ter tirado o silicone a minha vida mudou, por isso hoje levo o alerta e a conscientização para que as mulheres sempre acreditem em si e percebam o quanto juntas somos mais fortes.

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