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Pressão estética no trabalho: como lidar com essa cobrança?

A pressão estética está em todo lugar, inclusive no ambiente de trabalho. Mas o que a aparência tem a ver com competência profissional?

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Pressão estética no trabalho

O mercado de trabalho é ainda um ambiente com muita pressão estética sobre visual dos funcionários. Além disso, é ainda mais rigoroso com as mulheres. Isso porque, no universo corporativo, a aparência física pode passar mais credibilidade aos clientes. Mas e quando sempre colocam a beleza acima dos talentos? Além da cobrança para entregar metas, o ambiente de trabalho pode ser preconceituoso. Saiba mais!

Mulheres se sentem mais pressionadas pela pressão estética no trabalho

Os cuidados com a beleza e dar importância para a aparência física estão enraizados na cultura brasileira. De acordo com a Singu, um dos maiores marketplaces de beleza e bem-estar da América Latina, quase 70% das mulheres se sentem pressionadas para ficarem com a “beleza em dia”. Além disso, 20% disseram que precisam estar sempre impecáveis por exigência do trabalho. 

“O capitalismo trabalha com o sentimento de insatisfação para gerar consumo de produtos e de que precisamos comprar para sentir que fazemos parte de algo”, disse a modelo e ativista Luana Carvalho à revista “Trip”.

Pressão estética no trabalho pode reforçar o racismo e transfobia

É importante destacar ainda que, quando falamos sobre pressão estética no trabalho, também estamos falando de racismo e transfobia, que podem ser reforçados ou aparecer de forma velada.

“Quando pensamos na mulher preta e na mulher trans, percebemos um preconceito maior. Muitas negras acabam alisando ou prendendo o cabelo. Ainda hoje, você tem poucas mulheres negras e trans executando cargos num campo mais empresarial”, disse a Mirtes de Moraes, professora-doutora da Universidade Presbiteriana Mackenzie, ao “Você RH”.

Comentários sobre piercings, tatuagens ou mesmo aquele “toque” para dizer que sua roupa está curta ou decotada também podem acontecer. 

Pessoas gordas sofrem estruturalmente o preconceito

A pressão estética no trabalho pode atingir todo mundo. No entanto, casos de body shaming e gordofobia não diminuíram diante das estatísticas. “A gordofobia alcança níveis de crueldade e desumanização muito maiores, fazendo pessoas gordas não terem acesso às diversas áreas da vida que garantem minimamente a dignidade aos seres humanos”, lamenta Luana Carvalho.

Para Alexandra Gurgel, que idealizou o Movimento Corpo Livre, o machismo é a raiz para o preconceito. “Os homens veem a mulher como objeto e algo a ser possuído. O olhar que importa é aquele do homem sobre ela. Essa pressão existe de qualquer jeito. Há um padrão para ser seguido e quem se aproxima mais dele é mais bonito”, afirma.

É preciso ter mais inclusão nas empresas

A cobrança para estar com a aparência perfeita no ambiente corporativo abala comportamentos, postura ética e até mesmo habilidades e competências, uma vez que o foco está apenas na estrutura física. 

Essa pressão estética no trabalho também pode causar distúrbios, como bulimia, anorexia e mais problemas de saúde. “As pessoas têm que ser educadas para entenderem se elas estão dentro ou fora do padrão. E, se são gordas ou não, não é para criar uma segregação entre magros e gordos, mas para que se entenda que existe esse preconceito”, aponta Alexandra. 

Mas o que podemos fazer para acabar com essa pressão? Além de priorizar competências, é preciso boas práticas de inclusão social dentro das empresa. Com isso, investir na diversidade, seja por questões étnicas, etárias, sociais, gênero e orientação sexual. A cultura organizacional também é muito importante. Por isso, vale motivar, de forma expressiva e responsável, o relacionamento entre todos.

Redação Corpo Livre

Somos uma equipe de profissionais e colaboradores empenhados em transformar através da informação e da diversidade. Enquanto veículo, queremos construir uma nova forma de dialogar na internet sobre Corpo Livre!

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