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Nem gorda, nem magra: será que sou midsize? Saiba mais sobre o termo!

O termo “midsize” tem o objetivo de enquadrar pessoas que não são nem gordas, nem magras. Mas será que esse tipo de corpo existe mesmo?

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Nem gorda, nem magra: saiba mais sobre o corpo midsize

A vida não é feita de extremos e disso a gente bem sabe. Será que caracterizar corpos dentro das classificações que já temos é suficiente? O interseccionismo – que é a união e o encontro de diferentes áreas como sexualidade, raça, gênero e classe social – nos lembra que existem diferentes contextos e variáveis na análise de uma questão. O mesmo se aplica aos corpos, que ultrapassam as categorizações “gordo” e “magro”. Assim nasceu na mídia o termo “midsize” com o objetivo de enquadrar corpos “médios”.

Com tantas possibilidades, ainda temos uma parcela da população que se encontra no chamado “limbo” na sua identidade, ávida por um termo que as represente. Quais os prós e contras dessa nova categoria? Alexandra Gurgel fez uma reflexão no canal Alexandrismos sobre esse nome “midsize”. Ele pode ser mais um reforço de padrão corporal, ou seja, mais uma caixinha para as pessoas se encaixarem. Dessa vez, viemos trazer um pouco sobre o tema, para além de uma categoria de moda. Confere com a gente!

O tal do limbo do “nem gorda e nem magra”

Antes de mais nada, é importante colocarmos alguns números para melhor visualização. Segundo pesquisa do Fantástico de 2013, o manequim médio da mulher brasileira é de 42 a 44. Hoje é considerado magro alguém que esteja, dentro do padrão, nos manequins do 36 ao 40. Já uma pessoa que veste roupa plus size vestiria do 46 pra cima. Na prática, esses números são parâmetros que muitas vezes não dizem muita coisa. Temos mulheres que usam numeração 46 que não são gordas, e mulheres que usam a mesma numeração que são. Nada é determinista. 

O termo midsize nasce nos EUA, assim como plus size, em uma tentativa de classificar corpos que usam manequim do 40 ao 48, considerados enquanto corpos “médios” dentro da moda. Aquele meio termo entre nem gorda e nem magra, alguém que sofre pressão estética, mas não sofre gordofobia: o termo “midsize” vem para classificar esses corpos e dar um lugar a essas mulheres de falarem ou pautarem quais as dificuldade e trajetória dentro dessa “nomenclatura”.

Da mesma forma que existe a importância por trás desse nome, principalmente no que se diz respeito à identidade e aceitação do próprio corpo, também precisamos pensar no que seria esse corpo “médio”. Sabemos que um corpo 46 pode ter um biotipo gordo ou magro, mas dentro da classificação, ele ainda é visto enquanto médio. 

É necessário responsabilidade no momento de identificação, tanto própria quanto alheia, entre gordo, magro e “médio” e, principalmente, em como aquele corpo é visto na sociedade. Não podemos falar sobre uma “midsizefobia”, mas podemos falar sobre pressão estética e a responsabilidade desses corpos de falarem e serem contra a gordofobia – mesmo que isso seja responsabilidade de todos os corpos. 

Uma classificação para chamar de sua

Talvez o termo “midsize” tenha feito você respirar fundo de alívio de finalmente não gaguejar na hora de responder “como é seu corpo?”, e isso é totalmente legítimo. Enquanto pessoas que vivem em sociedade, que tem uma identidade que precisa de autovalidação e de validação de outras pessoas, encontrar uma caixinha que te abrace é de suma importância. É o início de um processo de entendimento e aceitação do próprio corpo, que, muitas vezes, já sofreu muito por estar nesse “limbo”.

Mas é necessário cuidado: biotipos são diversos e essa classificação a partir de números é meramente ilustrativa. Ainda vivemos com uma estrutura que repudia corpos gordos e vangloria corpos magros como se esses fossem sinônimos de saúde, agilidade e beleza. Ter uma caixinha pra chamar de sua não significa também ter uma opressão pra chamar de sua. É preciso falar sobre o assunto com responsabilidade. 

Se você se sente bem, que mal tem?

Com responsabilidade, consciência e respeito, o termo midsize pode te fazer bem e você encontrar outros corpos nos quais consegue se espelhar, e por aqui nós sabemos a importância disso.

Não existe passo a passo para descobrir ou saber se você tem um corpo midsize ou não. O principal caminho é entender sua trajetória e a história do seu corpo antes de qualquer rótulo. Mas, além disso, ver outras pessoas que se consideram midsize e encontrar semelhanças, ou diferenças, também é um bom caminho pra se inspirar, descobrir e enxergar beleza em corpos parecidos com o seu. Se te faz bem, aproveita! 

Foto de capa: Unsplash

Redação Corpo Livre

Somos uma equipe de profissionais e colaboradores empenhados em transformar através da informação e da diversidade. Enquanto veículo, queremos construir uma nova forma de dialogar na internet sobre Corpo Livre!

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