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Gloria Maria sobre racismo: “Nada blinda, ainda mais a mulher preta”

Gloria Maria conta que a fama nunca a blindou dos ataques racistas e que suas filhas, Laura e Maria, já sofreram com o preconceito em escola. Trechos!

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Gloria Maria sobre racismo: "Nada blinda, ainda mais a mulher preta"

Gloria Maria abriu o jogo a respeito dos episódios racistas que enfrentou ao longo de sua carreira no jornalismo. Além disso, reforçou a a preocupação com as filhas, Laura e Maria, no futuro. Em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, a jornalista disse que “nada blinda preto” do racismo e revelou que as meninas já foram vítimas de preconceito. 

Saiba o que disse Gloria Maria sobre fama e racismo

Primeiramente, Gloria Maria negou ao ser questionada se a fama conseguiu afastar o racismo de sua vida: “Nada blinda preto de racismo, ainda mais a mulher preta. Nós somos mais abandonadas, discriminadas. O homem preto não quer a mulher preta. Você tem que aprender a se blindar da dor. Se você for esperar o blindamento universal, você está perdida”.

“Nada blinda preto de racismo”, desabafa Gloria Maria

Filhas de Gloria Maria já sofreram racismo na escola

Filhas de Gloria Maria, Laura e Maria já sofreram racismo na escola. No entanto, a jornalista acredita que o comportamento das crianças é um reflexo do que se aprende dentro da própria casa. De acordo com a artista, uma ouviu de um amigo que “a cor dela era feia”, enquanto a outra foi chamada de “macaca”. “Você, sua macaca, não fala nada”, reproduziu ela.

“Isso não vem da criança, vem da família. E a família não vai mudar. Quando ele (amiguinho) falou, queria machucar. E a maneira que tinha para machucar, era ofender racialmente. Isso que acho uma coisa trágica. Se ele sabe que chamar de ‘macaca’ é uma ofensa racial, é porque foi ensinado”, lamentou.

Gloria Maria lembra recuperação de tumor no cérebro 

Há pouco mais de dois anos, Gloria Maria passou por uma cirurgia para a remoção de um tumor no cérebro. Nesse meio tempo, a morte não passou pela sua cabeça: “Não pensei na possibilidade do fim nem por um segundo”.

Em outras palavras, ela acrescentou: “Se eu não tivesse descoberto naquele momento, o tumor me mataria em 15 dias. Criou um edema que inflamou, me fez ter uma convulsão. Vivi a primeira benção porque não me deixou sequelas. Tinha 30, 40% de chance de sobreviver e 20% de sobreviver sem sequelas, mas não tive medo. A vida é isso. Você está vivo para passar por todo tipo de experiência. É que o ser humano tem a tendência de querer viver num mundo cor de rosa”.

“Me preocupo com emoções”, diz sobre o jornalismo

Por fim, ao falar sobre os seus 40 anos de trajetória no jornalismo, Gloria Maria disse que seu diferencial sempre foi usar o sentimento e o lado mais humano possível em suas reportagens. 

“Comecei com o crescimento da televisão. Não tive que aprender. Comecei sem que o repórter aparecesse no vídeo, não tinha nenhuma referência. Fui criando o meu jeito, como outros. O que me interessa, sempre me interessei, é gente, cultura, histórias. Minhas matérias são feitas à base do sentimento, do ser humano. Quero conhecer almas, me preocupo com emoções”, declarou.

Além disso, ela acabou entregando de um desejo de futura reportagem de viagem: “Estou querendo ir para Marte numa dessas máquinas aí, seria um grande presente da Globo, tomara que tenha algum poderoso ouvindo a gente”.

Foto de capa: reprodução / Instagram @gloriamariareal

Redação Corpo Livre

Somos uma equipe de profissionais e colaboradores empenhados em transformar através da informação e da diversidade. Enquanto veículo, queremos construir uma nova forma de dialogar na internet sobre Corpo Livre!

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